'Vamos pra cima, porco': a balada romântica argentina que virou o principal canto do Palmeiras

Como hino do Palmeiras “Vamos pra cima, porco” nasceu de uma balada romântica Roque Narvaja tem 74 anos, sendo mais de 50 dedicados ao estilo musical que c...

'Vamos pra cima, porco': a balada romântica argentina que virou o principal canto do Palmeiras
'Vamos pra cima, porco': a balada romântica argentina que virou o principal canto do Palmeiras (Foto: Reprodução)

Como hino do Palmeiras “Vamos pra cima, porco” nasceu de uma balada romântica Roque Narvaja tem 74 anos, sendo mais de 50 dedicados ao estilo musical que carrega no próprio nome. Nos anos 60, foi quase um Erasmo Carlos argentino, líder da banda La Joven Guardia. Depois, seguiu em carreira solo mais romântica com hits como "Santa Lucía". Mas uma história recente (e inesperada) ligou sua trajetória ao Palmeiras. Em 1982, ele lançou “Ni una palabra”, gravada e lançada na Espanha, onde vivia em exílio por conta da ditadura militar argentina. Quarenta anos depois, a música ganhou novo significado no Brasil ao se tornar a base melódica do principal canto da torcida do Palmeiras, que será entoado na final da Libertadores contra o Flamengo, no próximo sábado (29), em Lima. Versos cantados baixinhos sobre uma manhã de sol e a imagem de uma jovem mulher em uma praia espanhola mudaram bastante. Após versões de times argentinos, passaram a ser entoados pelos palmeirenses: "Vamos pra cima porco / Hoje eu vim te apoiar / Sair vencedor / Lutem sem parar" Ao ouvir a versão brasileira apresentada pelo g1, Roque classificou a letra como: "Muito espartana, muito grega." "Quando uma coisa assim acontece, quer dizer que sua música chegou ao que há de mais vital em um povo", ele exalta. Roque Narvaja acompanha sua música sendo cantada no futebol argentino em 2024 Reprodução/Instagram do cantor Mesmo se dizendo agora "um pouco palmeirense", Roque mantém ligação histórica com o Boca Juniors. "Eu pessoalmente sou Boca, muito do Boca." Ele relembra que viveu um momento marcante ao ouvir “Ni una palabra” cantada por torcedores no estádio La Bombonera. "Foi tipo uma surpresa. E, bom, eu e meu filho nos olhamos, nos abraçamos e choramos no estádio do Boca porque todos estavam cantando", ele recorda. "Essas são as minhas sensações sobre o fato de que uma torcida, sobretudo a sua, cante ou descubra uma música sua. Eu não fiz absolutamente nada. Isso é coisa do povo, desse monte de gente…" Letra original é sobre casal 'improvável' O cantor argentino Roque Narvaja em capa do disco 'Al Natural', de 1985 Reprodução A letra original não tem nada a ver com lutar sem parar. É uma canção romântica sobre um casal que Roque conheceu na Espanha. Ele estava andando em uma praia em Maiorca, quando viu a tal garota de perfil. “Havia uma menina muito, muito bonita… parecia bem jovenzinha”, conta. Eles conversaram sobre amenidades, como o sotaque argentino dele. "Ela era muito fiel ao namorado de 52 anos. Ela se despediu muito amavelmente e eu escrevi a música... falando de um casal muito diferente, mas que se ama muito. É uma música que provavelmente o Caetano acharia divertida." Canto palmeirense surgiu em concurso Torcida do Palmeiras no Allianz Parque, em São Paulo Marcos Ribolli/ge Ao som da melodia criada por ele, o canto "Vamos pra cima, porco" é repetido várias e várias vezes pedindo para o Palmeiras lutar sem parar. Roque disse entender o uso da melodia pela torcida, inclusive em momentos de crítica: “Quando há uma jogada ruim, quando sai um gol contra, a música aparece… e aparece também como forma de recriminação.” A versão palmeirense surgiu em 2022, quando a Mancha Alvi Verde organizou um concurso a pedido do técnico Abel Ferreira. O torcedor Igor Melo venceu com a letra que se espalhou rapidamente entre os palmeirenses. Antes, a mesma melodia já havia sido adaptada por torcidas de clubes como Newell’s Old Boys, River Plate e Huracán, além do Boca Juniors, do ilustre e simpático torcedor Roque Narvaja.