Infinitude de Elza Soares, que faria 95 anos, ecoa em reestreia de musical, reprise de documentário e cinebiografia
Elza Soares (1930 – 2022) tem vida contada em filme de ficção, documentário e musical de teatro que volta à cena com elenco renovado Divulgação ♫ ANÁ...

Elza Soares (1930 – 2022) tem vida contada em filme de ficção, documentário e musical de teatro que volta à cena com elenco renovado Divulgação ♫ ANÁLISE ♬ A trajetória singular e transcendental de Elza Soares teve um ponto de chegada com a morte da cantora carioca em 20 de janeiro de 2022, aos 91 anos, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, pela própria transcendência da voz que cantou literalmente até o fim, Elza da Conceição Soares partiu rumo à eternidade concedida aos artistas imortalizados pela obra e pelo legado. A infinitude de Elza ecoa na notícia de cinebiografia – a ser gravada em 2026 com produção da O2 Filmes e a atriz Taís Araújo no papel da cantora – e na reestreia do musical Elza (2018), além da reprise do documentário Elza infinita (2021), programado pelo canal GNT para ser reexibido nesta segunda-feira, 23 de junho de 2025, dia em que a artista festejaria 95 anos, embora haja controvérsias sobre a real data de nascimento de Elza Soares. Sabe-se que a cantora veio ao mundo em 1930. Mas o dia tanto pode ter sido 23 de junho, como a própria Elza sempre supôs durante a maior parte da vida, como 22 de julho de 1930, data que constava em antigo RG da cantora, descoberto já no fim da vida terrena de Elza. Como a existência de Elza Soares questionou improbabilidades e sempre transcendeu datas, nem sempre valeu o escrito na carreira de identidade. Elza fazia festa em 23 de junho. Elza Soares deixa herança de resistência para novas gerações No palco do Teatro Claro Mais RJ, a festa acontece a partir de sexta-feira, 27 de junho, com a reestreia do musical que chegou à cena em julho de 2018 na mesma cidade do Rio de Janeiro (RJ) para onde o espetáculo retorna com renovado elenco formado por Ágata Matos, Janamô, Josy.Anne, Júlia Sanchez, Julia Tizumba, Naruma Costa e Sara Hana. Em cena, todas são Elza Soares na dramaturgia de Vinicius Calderoni orquestrada para o palco sob direção de Duda Maia e sob direção musical de Larissa Luz (uma das intérpretes de Elza na montagem original de 2018). A transcendência da cantora é o foco do documentário Elza infinita, dirigido pelas cineastas Érika Candido e Natara Ney. O filme reverbera a força incontrolável de uma voz lapidada no morro e ouvida pelo mundo com a rouquidão que evocava o jazz apreendido intuitivamente por Elza nas quebradas da vida que nunca lhe foi fácil, mas que Elza – dura na queda, como sintetizou Chico Buarque no título do samba composto para o primeiro musical de teatro que biografou a artista em 2000 – domou com unhas, dentes e o suingue assanhado de quem aprendera a se virar com a lata d’água na cabeça, tantas vezes equilibrada nas descidas e subidas do morro. Elza Soares foi voz do sambalanço nos anos 1960, mas também transcendeu o samba com a bossa negra que ignorou fronteiras musicais e seguiu por um caminho único, pavimentado pela liberdade. Em essência, musicais de teatro, cinebiografia e documentários reverberam a voz dessa pessoa indomada que venceu no planeta fome pela potência da voz e pela força espiritual que moveu uma vida de exceções.